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GAME OVER: GOSTARIA DE RECOMEÇAR?

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Mulheres no controle

Toda história tem seu “felizes para sempre”, todo Carnaval tem seu fim e todo jogo tem seu Game Over. Por ora a história acaba e somos convidados a recomeçar revendo cada uma das etapas pelas quais passamos e realizando aquilo que conseguirmos fazer de diferente.

Passamos por cada uma das fases com a finalidade de conhecer e entender como a mulher e a figura feminina se fazem presentes no mundo dos jogos. Escutamos histórias, conhecemos casos e fizemos um retorno no tempo para compreender de que maneira os jogos ganharam forças para alcançar tanta rentabilidade quanto possui a indústria cinematográfica. Observamos como, além de uma maneira de diversão, os games também atuam lado a lado com a educação, seja ela focada na aprendizagem ou no prevenção e informação. Visualizamos fatores que promovem mudanças e reflexões em padrões culturais e que fazem com que hoje os jogos sejam também uma possibilidade de carreira.

Dentre tantas coisas, fomos apresentados com maior profundidade a um mundo que ainda tem diversas possibilidades e portas a serem abertas. Como o mapa de um jogo, onde conhecemos somente o ambiente em que nosso desafio atual se encontra, ainda há muito a desbravar neste universo em constante evolução. E, para concluir o mapa, outras batalhas deverão ser travadas.

A violência de gênero é somente um dos aspectos que devem ser repensados e sobre os quais devemos refletir, pesquisar, destrinchar e estudar. Ao contrário do que se imaginava, as formas de agressão não aparecem somente no ambiente de jogo e comunidades virtuais relacionadas. Ela também pode ser percebida na forma como algumas personagens são criadas, no ambiente que exclui a visão feminina no momento da criação de um novo conteúdo ou até mesmo na presença de pessoas que ignoram a mulher como uma pessoa que

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Mariana Lienemann Ramires

pode atuar, seja jogando ou trabalhando, em um meio socialmente atribuído à figura masculina. Além da violência, milhares de outras problemáticas do dito “mundo real” começam a aparecer e a ganhar força no ambiente digital. Este fenômeno por si só já gera temática para outro livro.

Precisamos repensar o posicionamento que tomamos quando nos definimos, e agimos, como seres digitais. Por mais que o ambiente online nos proporcione uma falsa sensação de segurança e anonimato, nossas ações e reações são para além dele, podendo gerar consequências no mundo “além-máquina” e repetindo padrões que devem ser quebrados.

Somos seres relacionais e racionais, cabendo assim a nós mesmos movimentarmos a mudança que desejamos trazer ao ambiente global no qual convivemos. Não estamos mais isolados e fechados em um único ambiente, os jogos e a capacidade de interação entre os mais diversos cantos do mundo estão aqui para provar, e dar um gostinho, do que podemos esperar dos avanços tecnológicos que estão por vir. Como já dizia o grande mestre Stan Lee, “Grandes poderes vem com grandes responsabilidades”, cabe a cada um de nós, heróis e heroínas, definir o que faremos com eles. Por ora, vamos nos desconectar, mas sabendo que, assim como nossa luta e busca por ambientes de diversão mais inclusivos e sadios, o jogo online não tem pausa.

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