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cientistas e especialistas
nutrição e adubação de plantas A cultura da cana-de-açúcar é fundamental para o desenvolvimento do nosso agronegócio, pois o Brasil é o primeiro produtor mundial e exportador de açúcar, etanol anidro e hidratado, bem como tem a possibilidade de cogerar energia limpa e sustentável, gerando milhões de empregos. O sucesso de manejo adequado dessa cultura está ligado a maiores patamares de produtividade (TCH), qualidade da matéria-prima (ATR) e longevidade dos canaviais. Conforme o gráfico sobre Fatores de Produtividade, pode-se observar que o manejo químico, físico e biológico do solo apresenta maior contribuição para a produtividade, seja em termos de resposta ou tempo, porém é o mais oneroso. Os cenários sobre o percentual de aumento de produtividade, bem como causas de sua redução, estão apresentados no gráfico Potencial de aumento de produtividade. No que se refere à relação entre produtividade potencial versus a expressada, observa-se que 65% de perdas estão ligadas a estresses abióticos – principalmente estresse hídrico; que 11% são por perdas em função de estresses bióticos (pragas e doenças), observando que 24% do potencial é expressado. Em dados obtidos pelo programa do Centro de Cana do IAC, a variedade IAC 96-3060 alcançou o potencial produtivo de 320 t/ha, a IAC 95-5000 de 305 t/ha, e a IAC 95 5094 de 335 t/ha.
Lembrando que, no caso da adubação fosfatada, está diretamente ligada ao teor de sacarose do caldo e ao perfilhamento da soqueira, tanto é verdade que é fundamental, hoje, a análise de fósforo no caldo. A reforma do canavial, segundo o Pecege, em 88 usinas, é de cerca de R$ 9.785,00 por hectare, sem levar em consideração, hoje, o aumento abusivo de fertilizantes minerais, principalmente cloreto de potássio. Assim, práticas de manejo que aumentem a produtividade, a qualidade da matéria-prima e a longevidade dos canaviais são fundamentais para a exploração dessa cultura, com alto retorno benefício-custo. Nessa linha, além das práticas corretivas: calagem, gessagem, fosfatagem na implantação da cana-planta, bem como adubação mineral de manutenção, com macronutrientes primários e micronutrientes, além da aplicação de B via herbicida, elemento essencial para a formação de raízes e transporte de açúcares e também para o controle da estria vermelha (Acidovorax avanaea – Pseudomonas rubrilineans), principalmente na RB86 7515, utilizando como fontes o octaborato de sódio 20,5% de B e PS = 10 (Produto de solubilidade); (g 100ml-1 ou kg 100l-1), ou Boro monoetanolamina (suspensão 100 a 150 g l-1 de B), ou pentaborato de sódio suspensão – 132 g l-1.
Com esse manejo, associado à escolha de variedades de acordo com a localização das unidades produtoras e de ambientes de produção, é possível atingir produtividades acima de 100 t.ha-1, média de 5 cortes e longevidades acima de 12 cortes. "
Godofredo Cesar Vitti Professor de Nutrição e Adubação de Plantas da Esalq-USP
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