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cientistas e especialistas
aplicação de herbicidas em cana-de-açúcar Plantas daninhas são espécies vegetais dotadas de características de agressividade, que, quando estabelecidas em canaviais, interferem sobre seu desenvolvimento, podendo reduzir a produtividade agrícola, principalmente devido à elevada capacidade de competição pelos recursos do meio (nutrientes, água e luz) e pela produção de substâncias alelopáticas. Nos cultivos com cana-de-açúcar Cynodon dactylon (grama-seda), Cyperus rotundus (tiririca), Ipomoea spp (cordas-de-viola), Merremia spp (cipós), Mucuna aterrima (mucuna-preta), Ricinus communis (mamona), Panicum maximum (capim-colonião), Urochloa decumbens (capim-braquiária), Urochloa plantaginea (capim-marmelada), Digitaria horizontalis (capim-colchão), Rottboelia cochinchinensis (capim-camalote) são as espécies mais frequentes. Quanto maior o tempo de convivência das infestantes com a cultura, maior será o impacto causado, sendo observados, em literatura, prejuízos de até 85% sobre as soqueiras e até 100% sobre a cana-planta. Dentre as formas de controle, o químico, realizado pela aplicação de herbicidas, é amplamente utilizado devido ao baixo custo associado a benefícios interessantes. Nesse cenário, pesquisas com objetivo de apresentar herbicidas seletivos à cultura e direcionados ao controle das infestantes nos canaviais têm sido desenvolvidas no Instituto Agronômico (IAC). O conjunto de pesquisas culminou no desenvolvimento de um protocolo sobre o posicionamento correto de herbicidas nos canaviais.
O protocolo é sustentado sobre quatro importantes pilares: a identificação das plantas daninhas, a época da aplicação, a físico-química dos herbicidas e a dose a ser ministrada. Assim que entendida cada uma das etapas, por parte do produtor ou técnico, sua vivência de campo é enriquecida e a possibilidade de usar mais corretamente os herbicidas é evidente. Informações técnicas: Na primeira etapa, sugere-se que o produtor monitore, todos os anos, a infestação de seus canaviais, de modo a identificar as espécies mais representativas na comunidade infestante. Para isso, o produtor deve agrupar os canaviais em subáreas de 50 a 60 hectares. Definidas as subáreas, deve-se eleger um talhão para representá-la, no qual serão alocados, aleatoriamente, 3 a 5 pontos sem a aplicação do herbicida. Cada ponto, será um tratamento testemunha, que deve ter dimensão de no mínimo 7 linhas de 10 a 15 m de comprimento. Dentro de cada tratamento testemunha, é importante que seja identificado o número de espécies de plantas daninhas que representa entre 90 e 95% da infestação do canavial. Geralmente, 4 a 5 espécies serão predominantes na comunidade infestante e, juntas, representarão até 95% da infestação (Figura 1).
Plantas daninhas são espécies vegetais dotadas de características de agressividade, que interferem no desevolvimento dos canaviais, podendo reduzir a produtividade agrícola, principalmente devido à elevada capacidade de competição pelos recursos do meio "
Carlos Alberto Mathias Azania Pesquisador Científico do Centro de Cana do IAC
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