Meu Itinerário Espiritual, vol 2 - Plinio Corrêa de Oliveira

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* Este horror era agravado pelo fato de que vi desde o começo o que estava nesse erro novo, era um requinte da Revolução. E que, portanto, ao que estava aderindo a grande maioria do clero era o requinte da Revolução, e o quanto isto era uma coisa abominável, detestável. Representava uma punhalada pelas costas em tudo aquilo que eu amava245. Novamente escrúpulos e a provação axiológica Não sei se os senhores fazem a ideia da impressão que representa um apostolado que Deus parece ter abandonado. Depois de graças e graças que chegam ao auge, ficar com a impressão de um inverno em que todas as folhas vão caindo. A impressão é de que Deus se voltou contra nós com todas as suas armas para nos esmagar. Não teria havido algum defeito moral nosso, alguma falha na nossa vida espiritual que teria sido a causa de Deus nos abandonar? Quem é que poderia saber? Esta incerteza era o pior. Porque não bastava dizer: “Deus tem os seus caminhos, durma em paz”. Sim, mas isso quando aparece um anjo e diz: “Você não tem culpa”. Mas onde é que está esse anjo? Aí é que está a questão. De maneira que eu confesso que o sofrimento dessa ocasião foi uma coisa de escalpelar246. Contra nós se verificava um velho provérbio que meu pai costumava citar: “Atrás dos apedrejados correm as pedras”. O sentido do provérbio é: quando alguém é apedrejado, todos os outros também lançam pedras nele. Parecia que o esmagamento inglório seria o fim único de tudo quanto tínhamos feito até aquele momento247. O movimento que eu queria desencadear era fundamentalmente dependente da graça. Ora, a graça vem muito frequentemente na proporção em que o próprio apóstolo corresponda a ela. E eu tinha um escrúpulo de consciência muito forte a esse respeito: “Esses infortúnios com que eu não contava, não serão um modo de a Providência me dar a entender que não está contente comigo? Como é isto? Não haverá uma imperfeição de minha parte?” 245 Chá SRM 12/4/89 246 Palestra sobre Memórias (VIII) 13/8/54 247 SD 8/4/89 100

MEU ITINERÁRIO ESPIRITUAL


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“As vozes não mentiram”

12min
pages 238-254

A graça de Genazzano

7min
pages 234-237

O temor martirizante de não estar correspondendo ao chamado de Nossa Senhora

5min
pages 228-230

A paternidade espiritual do fundador

8min
pages 222-227

O receio de ter seguido uma via não desejada por Nossa Senhora

6min
pages 231-233

Consagração a Nossa Senhora nas mãos do fundador Adendo do compilador

3min
pages 220-221

Os discípulos devem discernir o “unum” do espírito do fundador

8min
pages 215-219

O fundador deve ser um símbolo vivo de sua obra

3min
pages 213-214

Pela originalidade de seu carisma, o fundador tem que ser seu próprio formador

5min
pages 210-212

O modo de fazer a ação de graças após a recepção da Sagrada Comunhão

6min
pages 206-209

A desconfiança e a severidade em relação a si mesmo

5min
pages 186-188

O espírito de sacrifício até o holocausto e o desejo de reparação

7min
pages 189-192

a combatividade contra-revolucionárias

16min
pages 177-185

O modo de rezar e pedir

1min
page 201

A atitude diante de Deus e de Nossa Senhora

8min
pages 202-205

O amigo da Cruz que se prepara para carregá-la prevendo a dor

9min
pages 193-197

O senso da honra católica

5min
pages 174-176

A reversibilidade do “tal enquanto tal”

5min
pages 171-173

A procura do sublime e do sacral

13min
pages 164-170

O espírito aristocrático

3min
pages 147-148

A “luz primordial” resumitiva

3min
pages 160-161

A combatividade cavalheiresca

6min
pages 149-152

Os componentes essenciais desse “unum”

3min
pages 139-140

A castidade

1min
page 146

A robustez da Fé

9min
pages 141-145

A pedra angular do amor à grandeza

5min
pages 157-159

A identificação com a Contra-Revolução

7min
pages 134-137

O “unum” da alma de quem foi chamado a simbolizar a Contra-Revolução

1min
page 138

Papel do filão “eliático” na história

3min
pages 125-126

O reconhecimento do caráter profético dessa missão

8min
pages 127-131

“Pater et dux” dos contra-revolucionários

3min
pages 123-124

Entusiasmo pelo Profeta Elias e o zelo pela causa de Deus

10min
pages 118-122

Devoção a Nossa Senhora do Carmo

1min
page 117

O receio de ter que assumir a liderança da Contra-Revolução

1min
page 111

Uma vocação contra-revolucionária

1min
page 108

O lírio nascido do lodo, durante a noite e sob a tempestade

7min
pages 104-107

O anseio por um líder contra-revolucionário

3min
pages 109-110

Novamente escrúpulos e a provação axiológica

5min
pages 101-103

A pior provação: ser perseguido por aqueles mesmos que se quis servir

5min
pages 98-100

O “grupinho do Plinio”: Jó em cima do monturo

2min
page 97

A degringolada como vingança pelo livro “Em Defesa da Ação Católica”

5min
pages 94-96

da Ação Católica de São Paulo

3min
pages 92-93

O encontro do equilíbrio

1min
page 89

Um lenitivo: a leitura do “Livro da Confiança”

9min
pages 84-88

Um novo e elevado patamar após a leitura do “Tratado da Verdadeira Devoção” e a consagração a Nossa Senhora como escravo de amor

8min
pages 69-73

Firma-se o ideal de dedicação integral pela opção do celibato – Choque com um veio de mediocridade no seio das Congregações Marianas

6min
pages 74-77

O combate ao orgulho

5min
pages 66-68

Os frutos da leitura do livro “A alma de todo apostolado”

5min
pages 63-65

Um quiproquó a partir da leitura da “História de uma alma”

2min
page 83

A leitura da “História de uma alma” e a aspiração à santidade

3min
pages 61-62

A provação de crer-se obrigado a abandonar, por obediência ao Papa, as convicções monárquicas e ter que aliar-se à República

8min
pages 55-58

Algumas consolações que sustentaram Dr. Plinio nesta travessia

1min
page 28

com a superficialidade e a brincadeira

6min
pages 17-19

A ruptura definitiva com o mundo revolucionário

9min
pages 38-42

Algumas renúncias fundamentais

1min
page 46

A terrível cruz da incompreensão e do isolamento total

12min
pages 20-26

A ascese para afirmar sua varonilidade sem transformar-se num “Esaú”

2min
page 27

Desenvolvimento da vida de piedade

4min
pages 44-45
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