Projeto Baga d’Ouro, em Sever do Vouga
Produtora de fisális aumentou a produção e já agrega 15 agricultores Sandra Figueiredo iniciou a produção de fisális em 2015, numa altura em que a ‘febre’ do mirtilo e do maracujá era grande. Sete anos depois a mentora do projeto Baga d’Ouro, com sede em Presas, no concelho de Sever do Vouga, ampliou a produção, com estufas que lhe permitem a produção de fruto o ano inteiro, e já agrega 15 outros produtores.
GR: Entretanto, o fisális passou a ser um fruto conhecido e muito utilizado pelos chefs de cozinha? SF: Sim. Inicialmente nós vendíamos, no mercado nacional, 200 a 300 kgs por semana. Neste momento, em pico de produção, consigo colocar uma tonelada de fruto e ele é consumido.
GR: Qual é a capacidade de produção? SF: Em termos de grupo, no pico da produção (durante três Em entrevista à Gazeta Rural, Sandra Figueiredo destaca meses por ano), conseguimos duas toneladas por semana, meo aumento do consumo em Portugal e a estabilidade nos tade para exportação, sendo a restante consumida no mercado preços. A exportar para França desde a primeira hora, a nacional. No mercado internacional exportamos para França e produtora prepara-se para entrar no mercado em Inglaeste ano, lá para Agosto, vamos também fazer Inglaterra. Se titerra. véssemos fruto já estaríamos a enviar para lá. Neste momento a produção que temos é a das estufas, que ocupam uma área de Gazeta Rural (GR): Como tem corrido o projeto de dois mil metros quadrados. No campo temos um hectare e meio. produção de fisális? Sandra Figueiredo (SF): Tem corrido bem. Nos últiGR: Como está a produção de fisális em termos nacionais? mos anos crescemos em termos de grupo de trabalho, SF: A produção tem vindo a crescer. Iniciei o meu projeto em porque agregámos 15 produtores. Neste momento, eu 2015 e até 2018 a produção era oriunda de pequenos produtores, já não existo apenas produtora, mas como intermediáque se lançaram na produção de fisális sem apoios, em áreas peria de fisális, dando também apoio aos produtores que quenas, para complemento do seu rendimento. Hoje já há projetos temos agregados ao projeto. maiores, de um e dois hectares por produtor, a nível nacional. No Temos tentado ter um crescimento sustentado ao último PDR entraram mais alguns projetos para produção deste fruto. longo destes anos. Aumentámos a área de produção no campo, mas também com estufas, o que nos perGR: Houve alguma ‘fuga’ à ‘febre’ do mirtilo? mite produzir ao longo de todo o ano. No campo conSF: Sim, do mirtilo e do maracujá. Houve muita gente que me conseguimos produzir fisális de Agosto a Abril, o que é tactou para obter mais informações sobre a produção de fisális e que muito bom nesta zona, que penso ser a única no país o seu foco era a produção de maracujá ou mirtilo. Com um maior coonde isso é possível. nhecimento e a estabilidade no preço do fisális, que ainda se mantém, acabaram por se virar para a sua produção.
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