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Literatura NOVO MANUAL DE USOS E
Ralph Gower, pesquisador inglês e autor deste livro, expõe o estilo de vida e a idiossincrasia do povo eleito pelo Senhor e de seus principais escritores e personagens. Com grande engenho, relaciona a Palavra de Deus com o contexto das Escrituras. A obra foi publicada em 1987.
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O guarda-roupa do indivíduo que vivia nos tempos bíblicos era básico. Uma tanga (talvez) era usada por baixo da túnica, e também se usava alguma forma de cobertura para a cabeça. Calçados e casacos eram opcionais. As pequenas variações nesse padrão durante os dias bíblicos ficavam no terreno das cores, material e estilo, em vez de nas provisões básicas, pois roupas desse tipo se adaptavam melhor a um clima relativamente quente. Paulo usava a túnica presa na cintura por um cinto, como uma metáfora para o estilo de vida do povo escolhido de Deus (Colossenses 3.12), e todos
compreendiam que ele falava do que era básico.
Concebida para alcançar um entendimento mais profundo das Sagradas Escrituras, a obra “Novo manual de usos e costumes dos tempos bíblicos” relaciona o contexto da Bíblia com a Palavra de Deus. Escrita pelo autor britânico Ralph Gower e publicada pela editora Moody Press em 1987, revela também o estilo de vida e a cultura do povo eleito pelo Senhor e de seus principais escritores e personagens.
A maioria das pessoas nos tempos bíblicos levantava cedo, a fim de aproveitar ao máximo a luz do dia e ter tempo para descansar no forte calor do meio do dia no verão. Abraão levantou cedo para oferecer sacrifício, obedecendo à ordem de Deus (Gênesis 22.3); Moisés levantou cedo para encontrar Deus no Monte Sinai (Êxodo 34.4); Jó ofereceu adoração bem cedo, de manhã (Jó 1.5); Jesus orou antes do sol nascer (Marcos 1.35). Embora fosse possível ficar na cama até mais tarde (Provérbios 26.14), isso era difícil numa casa pequena, porque todos dormiam juntos na plataforma.
OBRA REVELADORA O pastor Gower, que passou a maior parte de sua vida escudrinhando temas bíblicos, oferece em seu livro informação de muito valor para compreender a mensagem
A alimentação da maioria das pessoas era simples. Pão, azeitonas, queijo, frutas e vegetais formavam a dieta fixa. Carne só era comida em raras ocasiões. O pão era um alimento tão básico que se tornou sinônimo da própria vida. “Comer pão” equivalia a “fazer uma refeição”. Os egípcios não podiam “comer pão” com os hebreus (Gênesis 43.31,32). “Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano” (Lucas 11.3) era uma oração para a provisão diária do alimento.
do Criador. Respaldado por mais de 160 fotografias, 58 ilustrações originais, mapas e diagramas detalhados e em numerosas citas do Antigo e Novo Testamento, apresenta o mundo dos hebreus e ajuda a conseguir um panorama adequado sobre o cristianismo.
A alimentação da maioria das pessoas era simples. Pão, azeitonas, queijo, frutas e vegetais formavam a dieta fixa. Carne só era comida em raras ocasiões. O pão era um alimento tão básico que se tornou sinônimo da própria vida. “Comer pão” equivalia a “fazer uma refeição”. Os egípcios não
LITERATURA
podiam “comer pão” com os hebreus (Gênesis 43.31,32). “Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano” (Lucas 11.3) era uma oração para a provisão diária do alimento. O pão era algo tão básico que Jesus se referiu a si mesmo como o “Pão da vida” (Jó 6.35).
O texto deste escritor inglês, segundo sua própria confissão, está relacionado com a pesquisa “Usos e costumes das Terras Bíblicas”, obra do teólogo Fred Wight
As unidades familiares do ocidente no século vinte são chamadas nucleares por serem pequenas — mãe, pai, e um ou dois filhos. As unidades familiares nos dias do Antigo Testamento eram grandes e incluíam todos os membros da mesma — tias, tios, primos e servos. Nós as chamaríamos de famílias extensas. O chefe da família era o pai, e o chefe de um grupo de famílias era o xeque. Abraão e seus herdeiros eram xeques.
editada em 1952, que abriu o apetite dos crentes respeito à história da nação judaica nos meados do século anterior. Nesse sentido, no prefácio de seu escrito, Gower afirma que o trabalho realizado por Wight deve ser elogiado e reconhecido.
As unidades familiares do ocidente no século vinte são chamadas nucleares por serem pequenas — mãe, pai, e um ou dois filhos. As unidades familiares nos dias do Antigo Testamento eram grandes e incluíam todos os membros da mesma — tias, tios, primos e servos. Nós as chamaríamos de famílias extensas. O chefe da família era o pai, e o chefe de um grupo de famílias era o xeque. Abraão e seus herdeiros eram xeques e, em certa ocasião, Abraão conseguiu reunir 318 guerreiros “nascidos em sua casa” (Gênesis 14.14). Maria e José parecem ter viajado numa família assim na visita que fizeram com Jesus a Jerusalém, quando Ele tinha doze anos. Eles viajavam com “parentes e conhecidos” (Lucas 2.44).
LIVRO ÚTIL Dividido em duas partes, o manual analisado neste espaço aborda o indivíduo israelita da época bíblica em seu contexto familiar em sua primeira porção. O vestuário, as moradias, as atividades domésticas, os alimentos e comidas, a família, a educação, a agricultura, a recolecção de alimentos, o pastoreio, os artesãos e comerciantes e os mercadores são examinados com cuidado e rigorosidade.
Quando o povo judeu entrou em Canaã e passou a cultivar a terra depois de quarenta anos de vida seminômade no deserto, eles começaram a fazer um trabalho que retrocedia em sua história centenas de anos e a um país extremamente rico em plantas. Ur dos caldeus, de onde Abraão partira, era sustentada por um sistema agrícola funcional baseado em canais de irrigação, pontas de arado de pedra e foices de pederneira. Com essa tecnologia os caldeus faziam duas colheitas por ano. A agricultura era também uma característica do Egito. A cada ano o rio Nilo transbordava, e a terra ficava coberta de um sedimento fino que enriquecia o solo para aquele ano.
Em sua segunda parte, o tratado se centra na revisão das instituições e costumes nacionais da Terra de Israel. Desde a perspectiva das Sagradas Escrituras, são mencionados os seguintes aspectos: as cidades e povos, Jerusalém, viagens, a hospitalidade, grupos sociais e políticos, o governo e a sociedade, a guerra, o lazer para os turistas no Israel atual e a religião.
Quando Abraão saiu de Ur e iniciou uma forma nômade de vida, ele deve ter transformado seus bens em rebanhos e gado, a fim de levá-los em sua companhia (Gênesis 3 3.2). O beduíno seguia seu rebanho de pasto em pasto, de água em água, e o seu estilo de vida era tão diferente do adotado pelo fazendeiro numa povoação que quase sempre ocorriam mal- -entendidos, tensão e conflito entre os dois. Esse conflito pode ter-se refletido na história de Caim e Abel (Gênesis 4.2), e se torna explícito em Gênesis 43.32, onde José (como egípcio) não podia comer na mesma mesa que os pastores nômades. Quando o grosso da população deixou a vida nômade e passou a viver nas cidades e aldeias, continuava havendo necessidade de pastores.
Exegeta, reverendo, educador e fiel servo de Jesus Cristo, Ralph Gower faz um chamado para voltar ao estudo da Palavra na introdução de seu livro “Novo manual de usos e costumes dos tempos bíblicos”. A este respeito, o erudito, que estudou na Universidade de Liverpool, salienta que só as Escrituras proporcionam a sabedoria para ter uma percepção integral das boas novas e do povo da Bíblia.
Quando os judeus se estabeleceram em Canaã depois de uma vida seminômade, interrompida apenas durante o assentamento e cativeiro no Egito, eles tiveram de desenvolver várias habilidades que já existiam entre os cananeus que expulsaram da terra. Algumas habilidades foram difíceis de aprender. Os judeus nunca alcançaram a mesma perícia na fabricação de cerâmica como praticada pelas outras nações e, portanto, muitos artigos tinham de ser importados. As vasilhas judias eram suficientemente fortes, mas não chegaram a alcançar os padrões elevados de decoração que as de outras fontes. A primeira cerâmica mencionada na Bíblia foi aquela encontrada por Davi ao atravessar para o leste do Jordão, quando fugia de Absalão.