ESCRITORES DO BRASIL - Edição 12 - Fevereiro/2022 - Edições A ILHA

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POESIA

CONCEIÇÃO EVARISTO DA CALMA E DO SILÊNCIO Quando eu morder

a menor sombra,

a palavra,

do ínfimo movimento.

por favor,

Quando meus pés

não me apressem,

abrandarem na marcha,

quero mascar,

por favor,

rasgar entre os dentes,

não me forcem.

a pele, os ossos, o tutano

Caminhar para quê?

do verbo,

Deixem-me quedar,

para assim versejar

deixem-me quieta,

o âmago das coisas.

na aparente inércia.

Quando meu olhar

Nem todo viandante

se perder no nada,

anda estradas,

por favor,

há mundos submersos,

não me despertem,

que só o silêncio

quero reter,

da poesia penetra.

no adentro da íris,

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