O GIROLANDO REVISTA OREVISTA GIROLANDO
NUTRIÇÃO
J.G.B. Alves, A.P.O. Neto, F.P. Provazi e A.L.L. Sguizzato Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa- MG, Brasil Polyana P. Rotta - Professora em Nutrição e Produção em Gado de Leite, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, Brasil
Exigência energética proteica para animais Girolando durante a gestação Pesquisas voltadas para a nutrição animal têm crescido nos últimos anos
Durante muito tempo foi difícil definir uma dieta adequada que permitisse a expressão do máximo potencial genético dos rebanhos. Contudo, as pesquisas voltadas para a nutrição animal têm crescido de forma considerável nos últimos anos. Analisar a necessidade de cada componente alimentar de forma isolada, como o balanceamento de proteínas digestíveis e não digestíveis no rúmen, carboidratos fibrosos e não fibrosos, aminoácidos, gorduras e aditivos, tem sido o ajuste fino necessário para aumentar a produção leiteira das fazendas. De forma geral, podemos colocar em ordem de importância e quantidade exigida, os nutrientes mais requeridos pelos bovinos, que são: energia, proteína, minerais e vitaminas. O termo manejo nutricional está ligado a todos os alimentos fornecidos aos animais, que na maioria das vezes referem-se à combinação de volumosos (silagem de milho, cana-de-açúcar, capim ou feno) e ao concentrado (ração formulada de acordo com a necessidade fisiológica de cada animal). 28
A importância de fornecer dieta balanceada para os animais é facilmente visualizada quando queremos que eles tenham bom escore corporal a fim de atender as demandas reprodutivas e ainda expressar sua capacidade máxima na produção de leite com bons valores de proteína e gordura. Segundo o NRC (2001), a exigência de energia é expressa em forma de energia líquida (EL), contudo, alguns fatores devem ser descontados para que se chegue a esse valor. A energia bruta é toda a energia contida no alimento (usada para comparar a capacidade energética de um alimento e outro), porém, os fatores do animal, como estado fisiológico (crescimento, gestação, produção de leite ou carne) e digestibilidade tendem a diminuir esse valor inicial. Para que os dados pudessem ser refinados foi criado o cálculo de energia digestível (ED), que corresponde ao valor da energia bruta menos o que é perdido nas fezes. A energia metabolizável (EM) é um valor ainda mais apurado, o qual retira da ED tudo o que é
perdido na forma de urina e gases. E por fim temos a EL, que corresponde à EM decrescida do que é perdido na produção de calor. Esta, sim, é a energia disponível para que o animal conserve suas atividades de crescimento, mantença, produção e reprodução. A transformação da EM para EL varia com as condições fisiológicas em que o animal se encontra e a quantidade de EM fornecida na dieta varia de acordo com as exigências de cada raça. O NRC (2001) conseguiu estimar os valores de eficiência de utilização (k) da energia metabolizável para cada fase de vida das vacas, porém, os estudos foram feitos com animais da raça Holandesa, o que dificulta na hora da formulação das dietas de grande parte das fazendas brasileiras, haja vista que 60% do nosso rebanho é composto por gado Girolando, graças a sua boa produção de leite concomitante à resistência ao clima tropical. Em se tratando de animais Girolando fica clara a escassez de informações na literatura quanto a essas exigências. Os dados utilizados atualmente para