Porto Exponor Portojoia 2018

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Entrevista Valentim Quaresma V

alentim Quaresma é um escultor de joias, que mais do que acessórios, são uma expressão de arte e da sua visão criativa. Iniciou este ano uma residência artística no Palácio da Ajuda, em Lisboa, onde irá desenvolver um projeto de escultura inspirado nos cognomes dos reis de Portugal, a desvendar em 2019. É o Designer Convidado desta edição, trazendo à Portojóia um espólio cronográfico da sua carreira, marcada por vários prémios e reconhecimentos internacionais.

processo criativo a Ana fez-me olhar para a moda com outros olhos. Percebi que não existiam barreiras para a criação e que o mais importante é respeitarmos a nossa identidade criativa.

1 – O tema desta edição da Portojóia é “The Need of Me”, evocando a forma como as joias são afirmações de autoexpressão e de individualização. As suas joias são uma forma de liberdade de expressão? Claro que sim, todas as coleções são o resultado de uma pesquisa inserida num conceito, sigo um processo criativo ligado às artes plásticas que por vezes a linha que a separa da moda fica tênue, embora essa linha hoje em dia já nem faça sentido. A joia tem de comunicar senão cai no vazio e a intemporalidade perde-se.

4 – É já uma presença habitual na Moda Lisboa. O que é que isso representa para si? Uma oportunidade única de apresentar as minhas coleções num nível que seria impossível sem o apoio da Moda Lisboa.

2 – De que forma é que a experiência com Ana Salazar influenciou o seu trabalho? Eu tinha 18 anos quando fiz a primeira coleção que fiz para a Ana Salazar, ao ver o seu

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3 – O seu trabalho é percursor em Portugal. Foi difícil quebrar barreiras? Quebrar barreiras não é difícil, por vezes perguntam-me se não tenho medo de as quebrar, mas eu pergunto: medo de quê? Quebrando barreiras fazse a diferença e conseguimos encontrar o nosso universo.

5 – É um dos designers portugueses com maior projeção internacional. Como se foi desenhando esse percurso? Com muito trabalho, paixão e dedicação absoluta, mas com os pés bem assentes na terra. A passo e passo fui planeando o que podia concretizar e aproveitei muito bem as oportunidades que me iam surgindo. 6 – Quais considera terem sido os momentos mais marcantes da sua carreira? Foram muitos os momentos que marcaram o meu percurso:

quando comecei a trabalhar com a Ana Salazar, quando ganhei o Prémio ITS7 “Accessory collection of the year”, em Itália, quando marquei presença pela primeira vez na Moda Lisboa, quando comecei a vender para o Harvey Nichols e agora quando iniciei a minha residência artística no Palácio Nacional da Ajuda. 7 – Fale-nos um pouco sobre a Residência Artística no Palácio da Ajuda. Em que consiste e qual é o propósito? É uma residência artística onde estou a trabalhar num projeto de escultura/instalação que irá culminar numa exposição a realizar em 2019. 8 – Como vê esta nova dinâmica de jovens criadores na área de joalharia? Vejo com grande optimismo. É muito inspirador ver pessoas a trabalhar e a lutar pela sua paixão. 9 – Que conselho daria a um estudante de joalharia? Sugiro que não se deslumbrem pelo lado glamoroso da profissão, procurem a sua identidade criativa e se libertem.


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