A ilha do tesouro, Robert Louis Stevenson

Page 215

CAPÍTULO 26

Israel Hands

Como se atendesse aos nossos desejos, o vento rodou para oeste. Podíamos percorrer com muito mais facilidade a costa nordeste da ilha até a entrada da Enseada do Norte. Só que havia tempo de sobra, pois não tínhamos como ancorar e não me atreveria a encalhar na praia antes da maré subir um pouco mais. O timoneiro me ensinou a parar a embarcação, o que consegui após algumas tentativas. Depois, nos sentamos em silêncio para outra refeição. — Capitão — disse afinal, com aquele mesmo sorriso incômodo —, suponho que poderíamos jogar o cadáver de O’Brien ao mar. Eu não tenho nenhum remorso por tê-lo mandado para o inferno, mas não é algo agradável de se ver, não acha? — Não tenho força suficiente para levantá-lo, além de não gostar nada do serviço. Se depender de mim, vai ficar ali mesmo. — Ora! — disse. — Deixe estar, então. De qualquer jeito, espíritos não me importam, depois de tudo o que já vi. Jim, seria

213


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
A ilha do tesouro, Robert Louis Stevenson by Editora FTD - Issuu