Pesquisa em Foco Francisco Leonardo Ferreira Neto Design de Produto/UFCA leonardo.ferreira.neto@gmail .com
A MODELAGEM DIGITAL 3D COMO FERRAMENTA NO DESIGN DE JOIAS
1 Introdução
Deborah Macêdo dos Santos Professor /UFCA deborah.macedo@gmail.com
processo de criação e fabricação de joias, a exemplo de outras atividades como arquitetura, design gráfico e de produto (BENZ; MAGALHÃES, 2012). Dessa forma, além do designer estar apto a acompanhar oscilações no mercado, perceber as mais discretas mudanças no âmbito social, ter conhecimentos multidisciplinares, deve dominar as técnicas e as ferramentas na sua área que tornem seu trabalho mais ágil e prático. Este trabalho trata da utilização de recursos digitais nos processos do design de joias, com foco nos recursos de modelagem digital 3D. Será estabelecido um diálogo entre o processo de concepção de joias e as novas tecnologias que surgem nessa vertente do design, verificando que mudanças e benefícios essas inovações trazem aos processos.
Com o advento das novas tecnologias de modelagem e prototipagem 3D o designer de joias precisou se especializar e se atualizar de acordo com os novos processos de criação e produção. Esta incorporação de novas capacidades traz consigo o questionamento das dificuldades e benefícios para o designer e mesmo para o resultado final do produto, fazendo-se necessária uma investigação mais detalhada a respeito. A prática de se fazer joias é uma das mais antigas na história da humanidade. Durante séculos esse artifício foi sendo transformado e aperfeiçoado, utilizando uma diversidade de materiais, que foram desde ossos de animais e conchas aos metais e pedras preciosas mais diversas, tornando-se hoje uma técnica bastante complexa. A produção de joias atualmente está voltada para o design, e por isso precisa acompanhar um mercado consumidor que exige um grande volume de inovações, tanto no setor tecnológico quanto no âmbito de expressão de estilos e conceitos (PEDROSA, 2008.). As novas tecnologias digitais se desenvolvem a um ritmo acelerado de inovação, funcionamento e velocidade de desempenho, realizando diversas tarefas simultaneamente e dinamizando cada vez mais o trabalho daqueles que delas recorrem. De acordo com Silva et al. (2010, p. 60), a busca por tecnologias mais adequadas, e a alta competitividade, geram um ambiente propício à utilização de novas técnicas no processo de fabricação de produtos como fator de inovação. Com o surgimento desses novos recursos digitais as realidades virtuais, por exemplo, conseguem evoluir significativamente e propiciar resultados gráficos cada vez mais realistas, se destacando nesse ambiente (MACHADO e MORAES, 2005. p. 92). Acerca da fabricação de joias atualmente, percebese que esse setor, de modo geral, mantém maior parte dos processos de fabricação tradicionais e ainda se mostra resistente em inserir novos recursos tecnológicos. Porém, o que se espera é que tais recursos sejam incorporados na indústria joalheira para que se gere concorrência mais capacitada no mercado (POHLMANN et al, 2014, apud WINKLER, 2008, p. 2). Levando em consideração as várias áreas em que as tecnologias avançam, pode-se dizer que a tecnologia computacional proporcionará mudanças no
2 Fundamentação teórica Diante de temas bastante amplos, como design e novas tecnologias digitais, faz-se necessária uma busca por informações que possam construir embasamento para aqueles os quais irão discutir a respeito, firmando assim uma linha de raciocínio coerente e esclarecendo sobre aspectos desconhecidos ou que poderiam passar despercebidos pelo pesquisador. 2.1. O papel do designer Mesmo com a atual gama de produção intelectual e dos inúmeros diálogos que ocorrem entre opiniões divergentes, o conceito de design ainda é bastante amplo e complexo. Partindo da visão de Löbach (2001) o design relaciona-se com a concretização de uma ideia para a solução de um problema determinado: o design consistiria então na corporificação desta idéia para, com a ajuda dos meios correspondentes, permitir a sua transmissão aos outros. (...) Assim, o conceito de design compreende a concretização de uma idéia em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração resultando em um produto industrial passível de produção em série. O design estaria então realizando o processo configurativo. (LÖBACH 2001, p. 16).
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