MINHA HISTÓRIA
O abajur azul
TESTEMUNHO DE UM CASAL QUE LEVOU LUZ E ESPERANÇA PARA UMA FAMÍLIA QUE PERDEU TUDO EM UM INCÊNDIO
A
DICK DUERKSEN
mãe da Karen tinha colecionado muitas coisas, porém poucas de valor. O que significa que, quando sua mãe faleceu, Karen e o marido, Henry, passaram muitas horas organizando as coisas que ficaram. Algumas delas podiam ser doadas às instituições de caridade, que, por sua vez, doariam às pessoas necessitadas. Mas a maioria das coisas só tinha valor para Karen. Quando finalmente a casa ficou vazia, o banco de trás do carro dela estava cheio de lembranças de sua mãe, coisas tão preciosas que ela simplesmente não podia vender nem doar. “No banco do passageiro”, lembra-se Karen, “estava o abajur preferido da mamãe”. Não havia nele nada de extraordinário. Era apenas de cerâmica azul brilhante com a forma de jarro de água antigo. A cúpula estava até um pouco 28
desgastada. O artesão que o fabricou o fez de uma forma que, para ligar ou desligar a lâmpada, bastava um toque de leve. Sua mãe gostava de mostrar aos seus convidados o milagre de acender seu abajur com um toque. Enquanto colocava os demais objetos na caminhonete, Henry lembrou dos vizinhos que haviam acabado de perder a casa num incêndio. Eles eram caminhoneiros e, há muitos anos, dirigiam caminhões gigantes que puxam carretas cheias de coisas de um lado R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Março 2020